Entrevista com a Banda Delfos


ANEMONE: Pra começar, o povo quer saber:A Delfos pretendia (ou pretende) mudar de nome? Por acaso chegaram a pensar em um novo nome? Qual seria?
DELFOS: Sim pretendia! Chegamos a pensar em Tripalium ou ms (microssegundo).

ANEMONE: A Delfos firmou seu nome na cena independente da região de João Pessoa. Lembro-me de estar na Música Urbana (Loja de discos e afins) e, ao se falar em Santa Rita, alguém fazer uma referência imediata a Delfos como das bandas mais conhecidas da cidade. Como vocês se reconhecem sendo lembrados dessa forma na cena underground local?
DELFOS: Ficamos felizes, pois a cena é muito dividida e ser lembrado pra uma banda é sempre muito bom.Tocamos já faz algum tempo e de alguma forma deixamos nossa marca.

ANEMONE: Toda banda tem seus altos e baixos. Para vocês, quais os pontos altos e baixos dessa trajetória?
DELFOS: Como pontos altos: são todas as apresentações que fizemos e asnossas musicas são cantadas pela galera.
Pontos baixos: Os não na cara de bandas que achavam que a Delfos era uma ameaça e a saída doMaílson foi muito difícil.

ANEMONE: Quando Bill Berry (baterista do R.E.M.) deixou a banda, Michael Stipe disse que a banda passava a ser um “cachorro de três patas”. O que é hoje a Delfos sem Maílson nas guitarras?
DELFOS: É esse mesmo o sentimento, nos sentimos perdidos durante muito tempo, pois tínhamos um disco pronto que consumiu cada um de nos até a última célula... no fim de 2010 mais ou menos em novembro tiramos uns dias pra descansar e nos encontraríamos novamente em janeiro pra ensaios para divulgação do trabalho, mas em janeiro ele falou que não dava mais...
Hoje encontramos não um guitarrista, mas sim, um tecladista (Alisson) e estamos muito otimistas, pois os ensaios para as gravações seguem firmes.

ANEMONE: Pois é... As vicissitudes por que passa a maioria das bandas... Dificuldades para manter “o time” coeso, falta de grana (no caso de nós, independentes), exigências da família e da profissão, etc. Como (ou o quê) a Delfos fez para manter “a chama” acesa e, principalmente, para mantê-los unidos durante esses anos sem se encherem uns dos outros?
DELFOS: Respeito - essa é a palavra, ela se encaixa pra tudo no caso de bandas...Respeito aos limites como musico, respeito à opinião do outro, respeito a sua vida pessoal e principalmente gostar, mas gostar muito mesmo de música.

ANEMONE: Todo mundo quer saber: O que realmente levou a que dessem uma parada, e em que “pé” ficou o lançamento do disco que produziam?
DELFOS: A saída do Maílson. Foi esse o motivo de tão longa parada!Ficamos sem chão, não dava pra continuar naquele momento, precisávamos de um tempo pra recuperação.
O disco está pronto, quem quiser pode baixar no myspace/bddelfos.com, mas naquele momento não dava pra continuar com apenas uma guitarra, pois o mesmo foi gravado por ele e Anderson Jesus... Chegamos a fazer o rock4x4 na formação Power trio, mas foi apenas esse.

ANEMONE: Embora tenham conseguido manter-se unidos por todo esse tempo de estrada (o que é admirável), viu-se que o som da banda passou por algumas fases e transformações. Temos, então, um ecletismo proposital, ou, podemos dizer que a Delfos se põe experimentando “novas formas de fazer” para encontrar sua plena forma mais adiante?
DELFOS: O tempo passou e as cabeças, as atitudes e o som mudaram. Isso é fato!
Não queremos dizer as mesmas coisas que dizíamos quando tínhamos 14, 15 anos. Agora com o dobro da idade, tudo muda inclusive a música.

ANEMONE: Como vocês definem hoje seu som?
DELFOS: Hoje, light rock. Kkkkkkkkkkkkk!
Rock,somente.Só o bom e velho rock and roll.

ANEMONE: Costuma-se associar a Delfos às frequentes rodas de polga nos festivais da região. Pergunto: Se, futuramente, não houver mais rodas de polga em seus shows é porquê pode-se considerar que a Delfos deixou a adolescencia, ingressou na maioridade e, então, poderá se considerar mesmo uma outra banda?
DELFOS: Acho difícil não haver rodas, pois a essência é a mesma.Tocamos faz poucos dias e incluímos músicas novas no set list, e... deu polga!

ANEMONE: Por fim, penso que Tibiri será sempre o berço de toda essa gente talentosa que veio ter aqui. E que é preferível que sejamos seguidores uns dos outros, porque temos uns aos outros e, independentemente do som de cada um, esperamos sempre uns dos outros. O que se pode esperar da Delfos a partir dessa nova fase?
DELFOS: Música. Muita música, independente dos BPM’s , muito rock!

Obrigado